Volante verde
“Com este Volante verde, o leitor brasileiro tem em mãos um dos mais importantes títulos de António Ramos Rosa, premiado poeta responsável pelos Cadernos do Meio-Dia e pela revista Árvore.”
Roberto Bezerra de Menezes
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Dados técnicos
Sobre o livro
Com este Volante verde, o leitor brasileiro tem em mãos um dos mais importantes títulos de António Ramos Rosa, premiado poeta responsável pelos Cadernos do Meio-Dia e pela revista Árvore. Estruturado pela exatidão de seus 100 poemas de 15 ou 20 versos, este livro revela um desejo de unidade formal em sua concepção, sendo, portanto, fundamental seu entendimento como conjunto, fruto de uma mesma janela da extensa experiência poética de Ramos Rosa. Como desde o título escutamos, estes poemas nos convidam à presença de um voo a percorrer uma espacialidade, definida como um “planeta imenso e verde”, para nela buscar escutar o silêncio em sua essência anterior à linguagem, “o pulsar da terra no seu obscuro esplendor”. E já que a “construção do poema é a construção do mundo”, como nos alerta o autor, neste Volante verde somos apartados das problemáticas do mundo maquinal moderno para adentrarmos em uma harmônica melodia nascida da conciliação do autor consigo mesmo e com este poético mundo erigido a partir de uma experiência de regozijo: “Encontro-me no mundo, sou o ar que desce/ alegra, o ar, o sol, o sangue. O corpo é tão feliz/ que reina na extensão em transparência verde.”. Que estas “palavras aéreas” administradas pelas exímias mãos de António Ramos Rosa levem o leitor à “pulsação/ clara e quase cega da matéria feliz”.
Roberto Bezerra de Menezes
Sobre o autor António Ramos Rosa
Destacado poeta e crítico português nascido em Faro, em 1924. António Ramos Rosa foi militante do MUD (Movimento de União Democrática) e conheceu a prisão política. Trabalhou como tradutor e professor, tendo sido um dos directores de revistas literárias como Árvore e Cassiopeia. O Grito Claro foi o seu primeiro livro de poesia, publicado em 1958. É ainda autor de ensaios, entre os quais se salienta A Poesia Moderna e a Interrogação do Real (1979-1980). Em 1988, foi distinguido com o Prémio Pessoa. Com uma obra poética extensa, Ciclo do cavalo é considerado um dos seus melhores livros.