Manhã submersa
O romance será um fragoroso deleite para os entusiastas da literatura portuguesa ou para quem tenciona descobri-la. Em suas construções sobre pontes universais e atemporais, Vergílio Ferreira nos presenteia com uma obra que nos faz revisitar nossos percursos, expiar nossos equívocos e descobrir novas trilhas, como bem faz a literatura que ergue pilares.
Marco Severo
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Dados técnicos
Título: Manhã submersa
Autor: Vergílio Ferreira
ISBN: 978-65-5681-094-2
Edição: 1ª
Dimensões: 14×21 cm
Páginas: 176
Gênero: Romance
Ano: 2021
Sobre o livro
Finalmente Vergílio Ferreira, um dos maiores ícones da literatura portuguesa, por diversas vezes nomeado ao prêmio Nobel de literatura, é publicado no Brasil. Autor de contribuição vasta e inspiradora, é neste Manhã submersa, romance publicado em 1954, que ele aprofunda um viés narrativo que perduraria ao longo de toda a sua obra: o existencialismo como forma de compreender as grandes questões humanas.
Manhã submersa conta a história de António Lopes, jovem de origem humilde que, enviado ao pequeno Seminário da Diocese da Guarda contra a sua vontade, vê-se às voltas com descobertas intensas que terminarão por moldar sua vida e seu futuro. Narrado pelo próprio António, o romance é o recordar dessa vida, mas não se trata de uma memória qualquer: o que reside no personagem é uma memória angustiante, questionadora, por vezes trágica, preocupada em analisar a consciência como em Dostoiévski, num misto de constatação da realidade e um imaginário tão real quanto sufocante.
Alter-ego do próprio Vergílio Ferreira, António Lopes desfia seus descaminhos munido de vasto conhecimento próprio a respeito do que era a vida nos seminários durante as primeiras décadas do século XX. Sentimentos como angústia, solidão, o temor a Deus e ao pecado, além do temor aos padres, representantes do divino na terra e, portanto, perfeitos, colocam sob uma lupa os sentimentos conflitantes do jovem António que, somados à descoberta do corpo, evidenciam ainda mais suas dúvidas.
O romance será um fragoroso deleite para os entusiastas da literatura portuguesa ou para quem tenciona descobri-la. Em suas construções sobre pontes universais e atemporais, Vergílio Ferreira nos presenteia com uma obra que nos faz revisitar nossos percursos, expiar nossos equívocos e descobrir novas trilhas, como bem faz a literatura que ergue pilares.
Marco Severo
Sobre o autor Vergílio Ferreira
Romancista e ensaísta português, natural de Melo (Gouveia), estudou no Seminário do Fundão, licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra e exerceu funções docentes no Ensino Secundário. Ficou conhecido pelo domínio da prosa ficcional e é considerado um dos maiores romancistas portugueses deste século.
Literariamente, começou por ser neorrealista (anos 40), com Vagão Jota (1946), Mudança (1949). A partir da publicação de Manhã Submersa (1954) e, sobretudo, de Aparição (1959), adere a preocupações de natureza metafísica e existencialista.
Temas como a morte, o mistério, o amor, o sentido do universo, o vazio de valores, a arte, são recorrentes na sua produção literária. Além disto, deixou-nos vários volumes do diário intitulado Conta-Corrente. Recebeu o Prémio Camões em 1992. E, pela primeira vez, é publicado no Brasil.