Luto, cansaços e dores
As personagens de Mahana não são “desajustados”, são ficções de fúria e amor com raízes-pés buscando terra e também céu, numa luta diária contra fantasias hipócritas de quem ainda clama por ideais e tradições.
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Dados técnicos
Título: Luto, cansaços e dores
Autora: Mahana Cassiavilani
ISBN: 978-65-5681-084-3
Edição: 1ª
Dimensões: 14×21 cm
Páginas: 112
Gênero: Contos
Ano: 2021
Sobre o livro
Os quartos são sujos e soterrados de melancolia. Os corpos não se adequam ao que o Lado de Fora diz que devem ser. É a esse tipo de inconformidade, e outras tantas, que as personagens dos contos de Mahana tentam sobreviver. Há um plano quase alinhado àquela melancolia habitante da respiração cansada de cada personagem, que arrastam o passo seguinte para algum plano, tentativas de resistir, ou um caminho para a liberdade: “é o acordar que nos mata”. As personagens sobrevivem, resistem a tudo aquilo que não conseguem ser, e são cobradas por isso: a estética, o modelo de família, o desempenho profissional que jamais serão. Estão em algum tipo de Brasil atual, em um Mundo presente, e suas máquinas dentadas a afiar opressões, seja na intimidade da casa, do quarto, do corpo e suas marcas, ou no escritório e seus empregados alinhados às corporações. As personagens, na maioria dos contos, parecem buscar um escape, mas “culpa, medo e vergonha” transformam-nas em criaturas grotescas – assim elas se percebem – que encenam aceitações e incorporam rupturas. As personagens de Mahana não são “desajustados”, são ficções de fúria e amor com raízes-pés buscando terra e também céu, numa luta diária contra fantasias hipócritas de quem ainda clama por ideais e tradições.
Sobre a autora Mahana Cassiavillani
Mahana Cassiavillani é formada em Letras pela Universidade de São Paulo e mestranda em Literatura e Crítica Literária pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É tradutora e sempre amou as palavras. No perfil do Instragram @mahana_conta_uma_história, fala sobre suas leituras. É autora dos livros Deus é bom e o diabo também (Dobradura, 2016) e O caminho da serpente (Fábrica de Canônes, 2020), escreve intermitentemente desde os sete anos. Acredita que só a literatura a salva.