Beto Bola, Beto Bala é o primeiro infantojuvenil do já reconhecido, experimentado e premiado contista Pedro Salgueiro.
A obra nos apresenta, na mesma tela, as tintas coloridas de infâncias distintas, separadas não apenas por cercas vivas ou grades, mas pela concentração de renda, imersa em desigualdade e injustiça social, preconceito, violência e impunidade.
Poderíamos até crer que tudo isso aconteceu ou que acontece como o abafado de todos os dias, tamanho o realismo descrito no cenário que abraça a sua trilha narrativa.
Beto Bola, Beto Bala não tem príncipes, não faz doce, não esconde sujeira embaixo de tapetes – que nunca são mágicos –, mas, ainda melhor, nos faz refletir, provoca empatia, sensibiliza, comove, nos aguça os sentidos e abre os olhos muitas vezes indespertos pela necessidade de calar aquilo que desconhecemos, que nos desconforta ou que ousamos esquecer. A história de Beto e Bob pode ser a minha, a sua e de qualquer um, e a sua leitura é luz necessária à promoção de grandes e necessárias transformações.
Raymundo Netto