Pedro Salgueiro

Pedro Salgueiro nasceu no Sertão do Inhamuns (Tamboril, Ceará, 1964), publicou O Peso do Morto (1995), O Espantalho (1996), Brincar com Armas (2000; 2.ª edição/On-line, França: Éditions 00h00.com, 2001), Dos Valores do Inimigo (2005) e Inimigos (2007), de contos; além de Fortaleza Voadora (2006), de crônicas, e Pici (2014), de pesquisa histórica. Prêmios: Academia Cearense de Letras, Ministério da Cultura/INL, Radio France Internationale – RFI (Prêmio da União Latina/Concurso Guimarães Rosa), Secretaria de Cultura do Estado do Ceará/SECULTCE, Secretaria de Cultura do Município de Fortaleza/SECULTFOR e Secretaria de Cultura de Sobral/CE (Prêmio Domingos Olimpio de Literatura). Contos publicados nas antologias Geração 90: Manuscritos de Computador – Org. Nélson de Oliveira (São Paulo: Boitempo, 2001), Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século XX – Org. Marcelino Freire (São Paulo: Ateliê, 2004), Contos Cruéis: as narrativas mais violentas da literatura brasileira contemporânea – Org. Rinaldo de Fernandes (São Paulo: Geração, 2006), Quartas Histórias: contos baseados em narrativas de Guimarães Rosa – Org. Rinaldo de Fernandes (Rio de Janeiro: Garamond, 2006), Contos de Algibeira – Org. Laís Chaffe (Porto Alegre: Casa Verde, 2007), Todas as Guerras – Org. Nélson de Oliveira (Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009) e Assim Você Me Mata – Org. Cláudio Brites (São Paulo: Terracota, 2012). Edita, com outros escritores, as revistas literárias Caos Portátil e Para Mamíferos. Organizou, em parceria, o Almanaque de Contos Cearenses (1997) e O Cravo Roxo do Diabo: o conto fantástico no Ceará (2011). Seu livro Dos Valores do Inimigo foi indicado pela Universidade Federal do Ceará para o seu vestibular, em 2005 e 2006, e Inimigos foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura, da Câmara Brasileira do Livro, em 2008.

  • Beto bola, Beto bala

    Beto Bola, Beto Bala é o primeiro infantojuvenil do já reconhecido, experimentado e premiado contista Pedro Salgueiro.

    A obra nos apresenta, na mesma tela, as tintas coloridas de infâncias distintas, separadas não apenas por cercas vivas ou grades, mas pela concentração de renda, imersa em desigualdade e injustiça social, preconceito, violência e impunidade.

    Poderíamos até crer que tudo isso aconteceu ou que acontece como o abafado de todos os dias, tamanho o realismo descrito no cenário que abraça a sua trilha narrativa.

    Beto Bola, Beto Bala não tem príncipes, não faz doce, não esconde sujeira embaixo de tapetes – que nunca são mágicos –, mas, ainda melhor, nos faz refletir, provoca empatia, sensibiliza, comove, nos aguça os sentidos e abre os olhos muitas vezes indespertos pela necessidade de calar aquilo que desconhecemos, que nos desconforta ou que ousamos esquecer.  A história de Beto e Bob pode ser a minha, a sua e de qualquer um, e a sua leitura é luz necessária à promoção de grandes e necessárias transformações.

    Raymundo Netto

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  • Meninos e outros demônios

    Neste seu livro, Pedro Salgueiro demonstra bem a artesania que caracteriza toda a sua obra: um cuidado pelas minúcias, a busca exata da palavra que faz o texto mais incisivo. Os temas circulam entre reviravoltas de vida, pessoas que retornam ou fogem, repetindo situações de trauma ou desencontro. Há muitas versões subjacentes em cada uma dessas histórias, e não à toa o cortejo dos meninos, que atravessa o livro, inspira um tom clássico. É o sertão milenar e encantado que experimentamos aqui; é a viagem ancestral que fazemos, encontrando as nossas próprias dores, os nossos particulares demônios.

    – Tércia Montenegro

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