José María Brindisi

Nasceu em Buenos Aires, em 1969. Publicou os livros de contos “Permanece oro” (1996), “Kamikaze” (2019) e os romances “Berlín” (2001), “Frenesí” (2006), “Placebo” (2010) e “La sombra de Rosas” (2014). Participou de inúmeras antologias na Argentina, México e Espanha. Entre outros prêmios, ganhou o do Fondo Nacional de las Artes e o da Casa del Escritor. Ministra cursos de escrita criativa, colabora regularmente como crítico de diversos meios de comunicação e é diretor da revista El Ansia.

  • Placebo

    PLACEBO é um procedimento falso, que apresenta efeitos terapêuticos devido a causas psicológicas do paciente que será tratado: é algo que alcança seu efeito máximo na subjetividade.

    José Maria Brindisi leva a subjetividade até o esgotamento neste livro, seja na linguagem sem fôlego, na asfixia de Becerra, o protagonista, ou na trama vertiginosa. PLACEBO é um romance que fala sobre a decadência do corpo, da mente, sobre o tempo que passa e destrói tudo ao nosso redor: dos casamentos a amizades.
    Há uma dialética vigente aqui: vida e morte, saúde e doença, juventude e velhice, passado e presente, cidade grande e cidade pequena, caos e tranquilidade, tesão e frigidez; esses pontos opostos se espelham, fazendo com que o leitor se sinta aprisionado em um caleidoscópio de um parágrafo só, buscando sair dessas dualidades que abatem os personagens da história, principalmente a Becerra, que está exausto, decadente, meio morto, como um cavalo definhando largado no meio de uma estrada, buscando salvar o melhor amigo, a esposa, a amante, a mãe, seu mundo, que estão em ruínas.

    Construída entre o abismo da existência e um personagem prestes a implodir, a prosa de José Maria Brindisi em PLACEBO é um ar quente na literatura argentina contemporânea: uma experiência inquietante e imperdível.

    Bruno Ribeiro

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