Essa Vertigem do Chão não se desmente. Tridapalli escreveu um livro corajoso, diferente, dissonante até nas suas harmonias. Um livro que desorienta, tira o chão. Para quem não quer mais do mesmo. Para quem quer mais e quer riscos; quer atrito: novidade. Um livro para quem acha que o romance brasileiro, hoje, pode ainda ser outro. – Caetano Galindo
Poucas pessoas teriam domínio técnico suficiente para entrelaçar o percurso desses dois protagonistas – Leonel e Stefan – de uma maneira tão orgânica. São cortes sutis e ousados, quase cinematográficos. Mas Vertigem do Chão é mais do que isso, porque também surpreende no nível da história, levantando questões geopolíticas contemporâneas extremamente relevantes. Fugindo dos caminhos fáceis e da ingenuidade de escolher um lado, o narrador de Tridapalli trata dessas questões com a complexidade que elas merecem. – Carol Bensimon
Sobre Vertigem do Chão, acredito não ser exagero dizer que é dos mais verdadeiramente contemporâneos romances escritos em língua portuguesa nos últimos anos. O que chama a atenção na obra de Tridapalli, e neste novo romance em particular, é o nível da prosa realista – como toda boa ficção do gênero, reflexiva das questões do nosso tempo – a ombrear com os grandes praticantes do romance, em especial no mundo de língua de inglesa, onde essa tradição é mais forte e consolidada, como o inglês Jonathan Coe e o americano Jeffrey Eugenides. O que se tem, repito, é uma das ficções mais sintonizadas com esta nossa época tão conturbada que já tive o privilégio de ler. – Christian Schwartz
Vertigem do chão nos mostra o solo instável do corpo, que se descobre estranho no encontro com estranhos de outros corpos, outras línguas, outros sexos, estranhos que têm seus corpos em outras culturas, os muçulmanos imigrantes de Utrecht, os haitianos imigrantes de Curitiba, etc., essas figuras que permanecem forçadas a viver em ilhas do alheio; mas é também a história de imigrações que se desdobram de modos muito diversos, do corpo gay holandês, ao corpo gay brasileiro, com suas marcas, físicas, psíquicas, suas construções aos frangalhos, sua errância interminável. – Guilherme Gontijo Flores
O autor tem um afinco muitas vezes cruel, muitas vezes irônico, muitas vezes humanístico que reboa pelas páginas como um voo rasante naquilo que se costuma chamar de condição humana. – Paulo Venturelli
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