Belas, belíssimas poesias de Ylo, habitantes de um mundo mineral feito de minas, cristais, o minério da água, espelhos que se falam entre si, chuva, moedas e sentimentos em espelhos. Quase ouvimos os ruídos metálicos nos poemas, entre pedras. Lua de pedra, homem pedra que anda, ilhas de pedra, geometrias sonoras, o Sol. Há personagens: Antonio a Pedra Andarilha, Elena, Juan de la Cruz em seu cântico espiritual, e a palavra é o mais intenso personagem. Deuses e deusas sopram aos ouvidos de Ylo seus poemas divinos, melancólicos, poemas pecados. Ele tem o prazer das sonoridades, do ritmo, o suor e o amor em flores azuis que se abrem glabras em livro, a ervilha azul e a flor corante, Ylo engendra palavras como uma “velha língua de um lago”, tudo pairando acima de um mar de silêncios. Aqui, o crescimento da alma. Sim, as palavras são o lugar, o tempo, a vida… a Poesia.
Ana Miranda
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