Uljana Wolf

Uljana Wolf é uma poeta alemã que vive entre os Estados Unidos e a Alemanha. Publicou Kochanie ich habe Brot gekauft (2005), que lhe rendeu dois prêmios já na estreia.

Posteriormente, lançou Falsche Freunde (2009), onde joga com os limites dos falsos cognatos entre alemão e inglês; em 2012, lançou com o poeta norte-americano Christian Hawkey um experimento chamado Sonne von Ort, um experimento de poemas por apagamento de Sonnets from the Portuguese, de Elizabeth Barret Browning, e também de sua tradução alemã por Rainer Maria Rilke. Seu último livro se chama Meine schönste Lengevitch (2013). Toda sua obra está tensionada entre os limites da própria língua e da linguagem que constituem um indivíduo que vive nas fronteiras fluidas do mundo contemporâneo; não à toa, Wolf é também tradutora premiada do polonês e do inglês para o alemão. Nessa poética, entram os mal-entendidos, os ruídos dos sotaques, as dublagens, as legendas de filmes, os formulários de alfândega, etc., tudo perturba o sentimento de uma língua pura, isolada, nacional.

Pela primeira vez, a poeta é publicada no Brasil. A Editora Moinhos lançará Nosso amor de trincheira nosso amor de fronteira, com tradução e seleção de Guilherme Gontijo Flores & Ricardo Pozzo.

  • Nosso amor de trincheira nosso trânsito de fronteira

    A poesia da Uljana Wolf que aparece aqui é uma grata não-surpresa. É grata, primeiramente, porque temos de expressar gratidão por ela estar finalmente começando a circular em livro em terra brasilis. É poesia do hoje, da cidade, da vida cotidiana, de família com seus armários-ossuários, da convivência-confluência das línguas (na fronteira do beijo ou das “nações”), de tudo que não é fácil de se dizer mas que se diz, com a força da voz da mulher.

    Não é surpresa, pelo menos não totalmente, pelo menos não pra mim, pois já haviam me incomodado as arestas, curvas, escorregões, pisos-falsos e pisares-em-ovos dessa poesia lá em 2013, dês que os tradutores-parceiros Flores & Pozzo começaram a fazer fluir uns acicates no mais-que-vivo escamandro. Mesmo assim é uma surpresa, daquelas boas de se encontrar desprevenido e que descortina (ô lugar-comum!) mais uma faceta do mundo, e que nos faz desver, desfalar, desescrever – ô Manoel!

    Obrigado, Uljana. Seja bem-vinda.

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