Edson Cruz - Editora Moinhos

Edson Cruz

Edson Cruz é escritor e editor do portal MUSA RARA (www.musarara.com.br). Graduado em Letras pela USP, publicou quatro livros de poesia, uma adaptação em prosa do clássico indiano Mahâbhârata e um livro de depoimentos sobre o que seria a Poesia. Seu poemário, Ilhéu (Editora Patuá), foi semifinalista do Prêmio Portugal Telecom 2014. Lançou, em 2016, O canto verde das maritacas (Editora Patuá). E-mail: [email protected]

  • Musa fugidia

    Poesia: modos e formas de um inutensílio

    Ainda que todas as artes tenham a sua especificidade e complexidade, os poetas acreditam que a sua seja a mais complexa e inescrutável de todas.

    Se você é peitudo o suficiente e formula uma questão simples como esta: “o que é literatura?”, os escritores respondem como fazia Louis Armstrong quando lhe perguntavam o que é jazz: “Se você não sabe o que é jazz, então não vale a pena eu tentar explicar”. E ficamos por isso mesmo.

    Pergunte então a um poeta cioso de seu ofício: o que é poesia? Tem que ser corajoso. Sacar rapidamente e desaparecer enquanto ele estiver perplexo e abalado. Antes de ele se recompor do primeiro balaço, volte e dê mais alguns tiros sem misericórdia para garantir o serviço: o que um iniciante no fazer poético deve perseguir e de que maneira?; e, cite-nos três poetas e três textos referenciais para seu trabalho poético.

    Foi isso o que fizemos para compor a Musa Fugidia. Alguns poetas silenciaram olimpicamente. Outros consideraram a primeira pergunta quase ofensiva. Mas, para nossa surpresa, os principais poetas de nossa geração responderam com louvor.

    A poesia é, no dizer de Ezra Pound, “a mais condensada forma de expressão verbal” e não é de espantar a variedade de percepções, de leituras, de idiossincrasias, de práticas que permeiam a poética contemporânea. Tão diversas como o são os próprios seres e seus interesses.

    Esperamos que as reflexões compiladas neste livro reverberem no leitor sensível à criação poética (e no poeta que inicia sua trajetória), mas, principalmente, que os libere para continuar a questionar e a tentar novos caminhos, pois, no âmbito da criação literária não há verdades absolutas.

    As musas, fugidias e várias, agradecem.

    Edson Cruz

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