Carl Jóhan Jensen

Carl Jóhan Jensen nasceu a 2 de dezembro de 1957 e se criou em Tórshavn, capital das ilhas Feroés. É casado e tem dois filhos com Kate Anderson, desde 2012 embaixadora das ilhas Feroés junto à União Europeia em Bruxelas.

Em 1973, mudou-se para a Dinamarca (reino na Escandinávia do qual as Feroés fazem parte, apesar de o país possuir autodeterminação e um governo local), onde concluiu seus estudos secundários pela Sorø Akademi (1976).

De volta ao país natal, trabalhou um período como jornalista, durante o qual estudou em língua e literatura feroesas pelas Universidade das Feroés (Fróðskaparsetur Føroya) (1979-1981). A seguir, formou-se em língua e literatura islandesas pela Universidade da Islândia (Háskóli Íslands) (1987). Em 1990, cola o grau (cand.phil.) em língua e literatura feroesas.

Carl Jóhan é, há mais de um quarto de século, uma das personalidades mais atuantes da cultura feroesa como poeta, jornalista, ficcionista, articulista e crítico literário. Além disso, traduziu obras de autores como August Strindberg, Clæs Andersson, Alan Ayckbourn, Dario Fo, C.S. Lewis e Brian Moore, além dos islandeses Arnaldur Indriðason, Gyrðir Elíasson, Einar Kárason, Oddný Eir Ævarsdóttir, Héðinn Unnsteinsson e Friðrik Erlingsson.

Duas de suas coletâneas de poesia, Hvørkiskyn (“Gênero Neutro”, 1989) e um coletânea de sonetos e outros poemas, 1997), foram indicadas para o prêmio de literatura do Conselho Nórdico em 1990 e 1998, respectivamente. Pontilhada de referências à mitologia nórdica, grega e cristã, a poesia de Carl Jóhan Jensen busca um desvio intencional da poética tradicional feroesa, pois, segundo o poeta, a literatura feroesa se mantinha estagnada há décadas senão séculos.

Também recebeu o prêmio feroês de literatura (Mentanarvirðisløn M.A. Jacobsen) em seu país em três ocasiões (1989, 2006 e 2015). Foi indicado cinco vezes ao prêmio de literatura do Conselho Nórdico, três das quais pelos livros de poemas: Hvørkiskyn (Neutro) em 1991, Tímar og rek (“Tempos e marés”) em 1998 e September í bjørkum sum kanska eru bláar (“Setembro nas bétulas que quiçá são azuis”) em 2008.

Obras de Carl Jóhan já foram traduzidas e publicadas em livros, coletâneas e revistas na Dinamarca, na Noruega, na Suécia, na Islândia, nos Países Baixos, na Alemanha e nos EUA.

Em outubro de 2011, seu romance Ó- søgur om djevulskap (”Non- estórias de demonharia”), de 2005, foi uma das 10 obras selecionadas para representar as Feroés na primeira participação do país na maior feira do livro do mundo, a Buchmesse em Frankfurt, como convidada especial da vizinha Islândia, país-tema da feira do livro de Frankfurt naquele ano. O romance é um tour de force em prosa, comparável a grandes romances do século XX como o Ulysses de Joyce ou Grande Sertão: Veredas. O romance já foi traduzido até o momento para o norueguês (nynorsk) e o islandês.

Em 2013, Tú (”Tu”), um dos poemas incluídos no presente herbário poético bilíngue fez parte do projeto Transpoesie, promovido anualmente pela União Europeia em Bruxelas. Assim como poemas de sete outros países, o de Carl Jóhan foi veículado em ônibus, bondes e vagões do metrô na capital da União Europeia, tanto no original feroês quando em traduções para o francês e o neerlandês (idiomas oficiais da Bélgica), a partir do dia 26 de setembro daquele ano (Dia Europeu das Línguas e da Diversidade Linguística.

Carl Jóhan presidiu a Federação de Escritores Feroeses no biênio 1991–92 e no triênio 2004–2006.