A poesia de Carina está no mundo. Na diversidade de pássaros e árvores das praças argentinas. Nas cidadezinhas do interior e no que elas compartilham com as grandes capitais. Flores tímidas nos galhos da primavera, mas que se espalham preguiçosamente pelas calçadas depois da chuva ou do vento. Geada que faz embaçar os vidros nos dias de inverno. No chá quente e preciso, mesmo que lá fora seja verão.
A poesia de Carina está nas pessoas. Em sua sobrinha que cresce mais lentamente enquanto dorme. Na mãe que envelhece. No irmão que está longe. No filho saudoso, aonde quer que ele esteja.
A poesia de Carina está nela mesma. Em seus grandes e pequenos pensamentos, na lista de compras imaginária, nos sonhos que lhe acompanham, nas memórias que lhe escapam. Ela se vislumbra e ameniza.
Bola de feno que é, a poesia de Carina passeia pelas formas. O círculo, símbolo do infinito, os olhos, que passeiam por aí e regressam à casa. Imagens que se repetem, porque se movem, se dilatam e pulsam, para outros significados. A poesia de Carina é vida.
Ellen Maria Vasconcellos
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