Carla Maliandi

Carla Maliandi vive em Buenos Aires. Realizou seus estudos de graduação e pós-graduação na Universidad Nacional de Las Artes, especializando-se como dramaturga. Como diretora e dramaturga, dirigiu sete obras e participou em diversos festivais nacionais e internacionais. Formou o coletivo Rioplatensas com o qual desenvolveu um programa de televisão e uma publicação semestral com o mesmo nome. Sua primeira novela La habitación alemana (2017) foi traduzida ao inglês, alemão, francês e português e seus direitos adquirido cinema. Sua segunda novela, La estirpe, foi lançada em 2021 e ganhou versão em audiobook narrado pela própria autora. A Moinhos publicou O quarto alemão (2020) e agora traz A estirpe para o Brasil, primeiro país a traduzir a obra para outro idioma.

  • A estirpe

    A capacidade de fazer rir de uma tragédia, de afligir com uma letargia, de angustiar com o desespero alheio e chocar com o rumo que uma história pode tomar. Talvez essa seja a definição de A estirpe.

    Em plena festa de aniversário, um globo espelhado cai do teto sobre a cabeça de Ana. Um tanto cômico, se não fosse trágico. O ocorrido faz com que perca a memória, as palavras, os afetos. Não se lembra do esposo, da mãe, do filho, da empregada. A resposta pode estar em seu escritório, repleto de fotos, caixas e documentos sobre uma campanha militar do fim do século XIX. Materiais para um livro que estava a escrever, mas o vasculhar de objetos a transporta a algo inesperado, incompreensível, para lembranças que não são suas, para palavras que não imaginava conhecer.

    Originalidade descreve bem a escrita de Carla Maliandi e A estirpe é prova do merecido adjetivo. Ela nos encanta sem floreios, surpreende como um tropeço e nos faz questionar como foi capaz de unir eventos corriqueiros, acontecimentos e reparações históricos, dilemas pessoais e familiares e a agonia e insanidade que tomam conta da protagonista (e ultrapassam as páginas) em uma novela sólida e, ao mesmo tempo, insólita.

    A estirpe poderia ser um romance histórico, ou um drama familiar, ou um relato introspectivo de uma mulher vazia, mas é um livro único, para ser lido de modo alucinante e refletido por dias a fio.

    Aline Teixeira

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  • O quarto alemão

    Podemos dizer que O quarto alemão, primeiro romance de Carla Maliandi inventa um novo gênero? Isso, certamente, seria um exagero. Mas podemos dizer que o texto gira em torno do que poderíamos chamar de “romance não-didático”: uma protagonista – uma mulher, jovem – viaja para a Alemanha presa por conflitos sentimentais e todos os tipos de incidentes e acidentes não param de acontecer com ela – alguns trágicos, outros comediantes. Ela nunca entende totalmente sua situação. Em vez de seguir em frente e aprender, segue sempre às cegas, em perplexidade, em hesitação. Escrito com um tom vertiginoso, essa hesitação vira suspense, estruturado em capítulos curtos. Nós os lemos querendo saber como a história continua, o que vai acontecer, como isso será resolvido. Terminamos de ler cada capítulo e queremos mais. Sempre mais. E Maliandi não se priva de nos levar pela mão até o final de um romance que, em breve, torna-se inesquecível.

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    o quarto alemao