Gulbahar Haitiwaji

GULBAHAR HAITIWAJI nasceu em 1966, em Ghulja, na região de Xinjiang, na China. Antes de conseguir o estatuto de refugiada política e se fixar na França com o marido e as filhas, em 2016, Gulbahar trabalhava na indústria do petróleo como engenheira. Em 2017, convocada pelo governo chinês para resolver uma questão administrativa, foi detida assim que chegou ao aeroporto. Passou os três anos seguintes em um campo de reeducação, de onde só regressou graças aos esforços da sua família e do governo francês. Esta é a sua história de sobrevivência.

Mika Andrade

Mika Andrade nasceu em Quixeramobim, em 1990. É poeta e edita o projeto literário Escritoras CE. Organizou a Antologia Erótica de Poetas Cearenses – O Olho de Lilith (2019) e é autora dos livros Devoção – poemas reunidos (2021) e Poemas Obsessivos (2021).

Flora Nwapa

Flora Nwapa nasceu em 1931 e foi criada em Oguta, no leste da Nigéria. Ela foi educada na Memorial Girls School do Archdeacon Crowther, Port Harcourt, CMS Girls’ School, Lagos, University College Ibadan e Universidade de Edimburgo. Ela foi escritora e professora e ficou conhecida pela recriação das tradições e vida igbo pelo ponto de vista feminino.

Após ter abandonado Lagos, em 1967, com a família, devido à guerra civil em seu país, Flora Nwapa retornou à Nigéria, e foi nomeada Oficial de Educação Feminina em Calabar. Depois foi para a Queen’s School, Enugu, para ensinar inglês e geografia. Foi ainda Secretária Assistente (Relações Públicas) na Universidade de Lagos até regressar ao Estado do Centro-Leste durante a crise. E, ao final da guerra, foi nomeada membro do Conselho Executivo do Estado do Centro-Leste e foi por um tempo a Comissária de Terras, Pesquisa e Desenvolvimento Urbano.

Além de escrever livros, fundou a Tana Press, a primeira editora a ser propriedade de uma mulher negra africana em toda a zona oeste do continente. Entre 1979 e 1981 editou oito volumes de ficção para adultos, abrindo mais tarde outra editora, Flora Nwapa e Co., especializada em ficção para crianças. O seu percurso continuou com mais de uma dezena de publicações entre romances, histórias curtas e livros para crianças. Mesmo antes do seu falecimento – em 1993 – quando terminou o seu último manuscrito.

Flora Nwapa foi a primeira mulher nigeriana a ser publicada e é considerada por muitas a mãe da literatura africana moderna.

Vanessa Ferrari

Vanessa Ferrari é editora e mestre em crítica textual pela Universidade de São Paulo (FFLCH/USP). Sua dissertação de mestrado analisa originais submetidos para publicação pela Companhia das Letras do ponto de vista da construção do narrador. Coordena, desde 2015, o projeto da Companhia das Letras de clubes de leitura e remição de pena em unidades prisionais no Estado de São Paulo. É professora no curso de Pós-graduação Formação de Escritores, do Instituto Vera Cruz. Foi jurada dos prêmios Barco a Vapor em 2017, 2018, 2020 e 2021 (infantojuvenil), Prêmio Sesc, 2017 (contos), São Paulo de Literatura, 2017 (romance), e Prêmio Kindle de Literatura, em 2020. Foi editora da Companhia das Letras de 2009 a 2015. Entre os trabalhos de edição de autores estreantes, destacam-se A palavra que resta, primeiro romance de Stênio Gardel, publicado pela Companhia das Letras, Dama de paus, de Eliana Cardoso, vencedor do Prêmio Kindle de Literatura, em 2019, e O imortal, de Mauricio Lyrio, semifinalista dos Prêmios Oceanos e São Paulo de Literatura.

Jazmina Barrera

Jazmina Barrera (Cidade do México, 1988) foi bolsista da Fundación para las Letras Mexicanas e beneficiaria da residência da Casa Estudio Cien Años de Soledad. Foi bolsista do programa Jóvenes Creadores del Fonca. Ela fez mestrado em Escrita Criativa em Espanhol na NYU com o apoio da bolsa Fullbright. Seus textos foram publicados em revistas como The Paris Review, El País, Words Without Borders, Malpensante, Electric Literature e The New York Times, entre outras. É autora de Cuerpo extraño, Cuaderno de faros, Linea nigra, Los nombres de los animales e Punto de Cruz. Seu livro de ensaios Cuerpo extraño venceu o Prêmio Latin American Voices 2013. Linea nigra foi finalista do Prêmio CANIEM na categoria livro do ano, do Prêmio Primera Novela e do National Book Critics Crircle’s Gregg Barrios Book in Translation Prize. Cuaderno de faros fez parte dos selecionados do Prêmio Von Rezzori. Seus libros foram publicados em nove país e traduzidos ao inglês, italiano, holandês e francês. É sócio-fundadora da Ediciones Antílope. Vive na Cidade do México.

Marian Engel

Marian Engel (1922-1985) nasceu em Toronto e cresceu nas cidades de Brantford, Galt, Hamilton e Sarnia, em Ontário. Depois de morar no exterior e lecionar nos Estados Unidos e na Europa, retornou ao Canadá em 1964 e se estabeleceu em Toronto. Além de Urso, publicou outros cinco romances, com destaque para No Clouds of Glory (1968) e The Hooneymoon Festival (1970); dois livros de contos Inside the Easter Egg (1975) e The Tattooed Woman (1985); e dois livros infantis. Ela foi membro fundadora da União dos Escritores do Canadá e atuou como sua primeira presidente (1973-74). Trocou cartas com diversos escritores e escritoras, como Alice Munro, Margaret Atwood e Graeme Gibson, alguma reunidas nos volumes de cartas Dear Hugh, Dear Marian: The MacLennan-Engel Correspondence (1995) e Marian Engel: Life in Letters (2004). Venceu com Urso o Governor General’s Literary Award for Fiction, o mais importante prêmio literário do Canadá. Sua obra já foi publicada em inglês, italiano, francês, alemão e espanhol. Faleceu em 1985, vítima de um câncer.

Margarita García Robayo

Nasceu em 1980, em Cartagena, de onde partiu pouco tempo depois de completar 18 anos. Desde 2004, é radicada em Buenos Aires. É autora das novelas Hasta que pase un huracán (2012), Lo que no aprendí (2013), Tiempo muerto (2017) e Educación Sexual (publicado de forma fracionada entre os números 114 e 119 da revista Piauí 2020); é autora de vários livros de contos, entre os quais se destaca Cosas peores (2016), vencedor do Prêmio Literário Casa de las Américas 2014. Colaborou com várias revistas hispano-americanas. Sua obra tem sido traduzida para o inglês, francês, português, italiano, hebreu, turco, islandês e chinês. Em 2018 e 2020, respectivamente, a Charco Press lançou no Reino Unido a coleção Fish soup e o romance Holiday heart, ambos premiados com o PEN Awards. Até que passe um furacão é o seu primeiro romance e o primeiro a ser publicado no Brasil.

Susana Thénon

Susana Thénon é poeta de vanguarda argentina e contemporânea de Juana Bignozzi e Alejandra Pizarnik, era membro da Generación del ’60, embora não tenha oficialmente feito parte de nenhum movimento literário. Nascida em Buenos Aires (1937), além de poeta, também foi tradutora, ensaísta e fotógrafa. Dona de uma voz carregada de crítica e ironia, ressalta o belo e a arte em sua criação. Escreveu as obras Edad sin tregua (1958), Habitante de la nada (1960), de lugares extraños (1967), distancias (1984) e Ova completa (1987), que foi publicado no Brasil pela editora Jabuticaba (2019), com tradução de Angélica Freitas. O livro distancias também foi publicado em edição bilíngue pela editora Sun & Moon Press, de Los Angeles, Califórnia, em 1994, e sua obra completa (incluindo trabalhos como fotógrafa) foi publicada em dois volumes intitulados La Morada Imposible (tomos 1 e 2), pela editora Corregidor, de Buenos Aires, Argentina. Habitante do Nada & distâncias são as primeiras obras da poeta publicadas pela Moinhos em um único volume.

Filipa Leal

Filipa Leal nasceu no Porto (Portugal) em 1979. Tem 12 livros publicados (desde 2003), entre os quais A Cidade Líquida e O Problema de Ser Norte, ou os mais recentes Vem à Quinta-feira e Fósforos e Metal sobre Imitação de Ser Humano, ambos finalistas do Prémio Correntes d’Escritas e Semi-Finalistas do Prémio Oceanos. Está editada em Espanha (La Ciudad Líquida); na Colômbia (En los días tristes no se habla de aves); e em França (com a plaquete La Ville Oubliée). Formada em Jornalismo pela Universidade de Westminter (Londres), é Mestre em Estudos Portugueses e Brasileiros pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com uma tese sobre o humor na poesia. Está representada em várias antologias em Portugal e no estrangeiro (Espanha, Venezuela, México, Bulgária, Holanda, Eslovénia ou Grécia). Poeta, jornalista e argumentista (destaque para o guião do filme Jogo de Damas, de Patrícia Sequeira – Prémio de Melhor Guião nos Festivais de Cinema do Chipre e de Copenhaga), apresenta actualmente, com Pedro Lamares, o programa de literatura “Nada Será Como Dante” na RTP2.

Esta é a sua primeira edição no Brasil.

George M. Johnson

George M. Johnson é ativista negre e não-binárie de Los Angeles, premiade por sua escrita. George escreveu para grandes veículos, incluindo Teen Vogue, Entertainment Tonight, NBC, The Root, Buzzfeed, Essence e The Grio. Também atuou como Editor Convidado para o mês do Orgulho da BET.com.

Em 2019, recebeu o Prêmio Salute to Excellence pela National Associação de Jornalistas Negros (National Association of Black Journalists) por seu artigo “Quando o racismo ancora sua saúde”, na Revista Vice. Foi um dos nomes listados no The Root 100 Most Influential African Americans, em 2020, e uma das 100 pessoas LGBTQ mais influentes em 2021.

George M. Johnson escreveu seu primeiro livro de memórias para jovens adultos, e foi um dos mais vendidos do New York Times, o aclamado “All Boys Aren’t Blue”, onde discute como foi sua adolescência ao crescer como um jovem garoto Black Queer em New Jersey através de uma série de ensaios poderosos.